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Dreaming - Onde começa a realidade? - Parte 5


Segunda – feira, 27 de fevereiro 21: 30

- Calma Angel! – Marco estava tão nervoso ou talvez mais do que Angeline, ela acordara de seu desmaio com um grito e agora estava ofegante, como se não respirasse na última meia hora. Angeline recuperou o fôlego aos poucos.
 - Angel, o que foi isso? 
- Eu não sei!
- Como não sabe? Quem é esse tal de Alejandro?
- Eu não sei! – Angeline começava a ter uma crise de choro, por mais que quisesse explicar não via como dizer isso ao seu namorado sem parecer um pouco ofensivo para o relacionamento deles, mas depois de pensar mais um pouco, decidiu que  contar era a melhor solução.
- Vou te contar, sei que vai ser meio difícil de acreditar, é muito louco, mas pelo menos acho que você pode me ajudar a entender o que está acontecendo...
- E o que está acontecendo?
- Tudo começou ontem quando eu fui dormir...

Segunda Feira, 27 de fevereiro, 21:30

Alejandro acordava no colo de Catarina ofegante e meio desorientado do que tinha acontecido de verdade e do que era apenas um sonho, a realidade era duvidosa.
- Ale, calma, respira, toma esse copo d’agua.
- Já estou ficando melhor, obrigada.
- Ale, que isso?
- Não sei!
- Quem é essa Angeline?
- É complicado. – A sua resposta renderia o começo de uma discussão que pela primeira vez viria de bom grado.
- Como assim complicado? A gente tá no maior clima do nada você trava, e tem um treco e depois acorda todo estranho gritando o nome dessa garota e agora você num quer me dar justificativa nenhuma? Como assim?
- Catarina, para! Não estou podendo conversar agora, se acalma depois a gente conversa! – Começou a levantar e pegar suas coisas, ele não queria ficar ali, precisava de tempo, precisava de silêncio, precisava pensar.
Pegou o carro e começou a dirigir sem rumo pelas ruas da cidade que mesmo não sendo horário de pico tinha uma quantidade de carros que impedia que o relaxamento pudesse vir e espairecer sua mente, resolveu pegar alguma estrada que levasse para as cidades vizinhas, aquela hora quase ninguém passava por ali, passava das dez horas da noite daquela segunda feira extremamente estranha, e dirigir uma pista livre e sentir o vento era a melhor maneira de pensar naquela loucura toda.
Tudo era tão estranho tinha sentimentos que nem poderia imaginar sentir. Aquelas sensações e acontecimentos quase beiravam o sobrenatural.
Sobrenatural?
Talvez a sua ajuda que ele precisava estivesse ali, a apenas uma hora de distância.

Segunda feira, 27 de fevereiro, 22:00

Angeline e Marco estavam abraçados na cama, extremamente exaustos e pensativos, ambos tentando compreender aquela história maluca. Marco sabia que Angeline era digna de sua confiança, mas não podia evitar pensar que toda aquela história poderia ser mentira. Mas, porque seria? Não conseguia imaginar um motivo.

Angeline se sentia muito mais leve agora que tinha contado tudo a Marco, ele era seu melhor amigo, além de ser o homem que amava então esconder alguma coisa dele, mesmo uma coisa que não fazia sentido nenhum, isso fazia com que se sentisse mal, contou tudo, como se sentia em relação a esse homem, quais sensações tinha durante os sonhos, e mais do que ela esperava ele se comportou como um príncipe. Foi compreensivo e muito mais calmo que ela imaginara, disse que de alguma forma arranjariam ajuda, e que isso não devia ser nada demais e fosse o que fosse, ele estaria ao seu lado. 
Aquela atitude de Marco fez com que Angeline o admirasse mais como  homem e ser humano com sua atitude calma e madura. 
Marco era simplesmente lindo, pouco mais de um metro e oitenta, corpo apenas bem definido, por que apesar de gostar de se cuidar tinha um pouco de preguiça com essas coisas de malhar e tal , mas Angeline até que gostava, achava homens muito malhados feios, e Marco era na medida certa o seu rosto era másculo, e com sobrancelhas bem grossas o que deixava o seu ar severo, não transparecendo sua verdadeira personalidade doce, as pessoas que o conheciam primeiro se intimidavam com a sua postura, mas logo depois de uns minutos de conversa, se deliciavam com a delicadeza daquele homem, cheio de carisma e humor. Angeline o namorava havia pouco mais de um ano e não sabia imaginar sua vida com outra pessoa. E cada dia mais as ações de Marco para com todos, especialmente com ela, faziam dele o homem perfeito.

Angeline era mais do que uma namorada para Marco, ele realmente gostava dela de uma maneira que poucos homens haviam amado na vida, uma pena aquele sentimento era mais que sublime, ainda mais quando se sentia esse tipo de coisa por uma pessoa maravilhosa como Angeline. Atenciosa, amorosa, determinada, encantadora, uma companheira incrível e uma parceira maravilhosa, uma verdadeira amiga, e ele a amava muito. Amava mesmo. E seu corpo por mais banal que parecesse aos olhos de qualquer homem, parecia perfeito aos olhos dele, pequena, branca, sem muitos exageros, uma pequena boneca em seus braços, ela é maravilhosa e vê-la tão angustiada com aquele assunto, por mais que parecesse estranho aos ouvidos de qualquer um, o intuito dele era apenas querer ajudar seu amor.

Segunda Feira, 27 de fevereiro, 22h50min

Depois de sua última xícara de chá antes de dormir, faltava apenas a sua meditação tranquilizadora, quando o seu telefone tocou, um velho amigo estava ligando, fazia tempo que não se falavam.
- Alô? Oi! Precisa de mim a essa hora? Tem certeza? Claro que poder vir, estarei te esperando.
Algo errado tinha na voz de Alejandro, e Christi sentiu que seus poderes iam ser solicitados, para abrir o caminho para que seus sentidos aflorassem, e pudesse ajudar esse amigo que parecia tão angustiado preparou suas velas e chás, o perfume e o gosto a ajudariam a se tranquilizar e se conectar melhor com seus poderes. Preparou também a roupa de cama para receber Alejandro.
Poucos minutos depois os faróis dos carros já refletiam nas janelas de Christi. Ela foi recebe – lo.

Há muito tempo que não visitava sua querida amiga e quase tinha esquecido sua aparência excêntrica. Ela era a única menina, verdadeiramente ruiva que conhecia, com cabelos ondulados, extremamente alaranjados e cheios, o que dava a ela uma aura vermelha, quase que fantasmagórica e as roupas coloridas demais.
Um doce de pessoa, sempre pensou que ela fosse bem maluquinha, até hoje, quando finalmente achou que esses assuntos sobrenaturais finalmente lhe ajudariam entender tudo o que estava acontecendo com ele.
- Bem vindo meu amigo!
- Oi Christi, me desculpe vir assim tão de repente, é que o assunto é realmente urgente, eu preciso muito de sua ajuda!
- Vamos entrar, tome um chá e me explique tudo.
Entraram, e a casa de Christi tinha a decoração tão bizarra quanto seu visual, nada parecia estar no lugar, muitos objetos, livros, enfeites, símbolos, almofadas, cortinas, mas apesar da primeira impressão ser de caos ao reparar bem no lugar parecia que aquela bagunça era bem planejada, parecia que cada coisa tinha que estar aonde estava para que tudo funcionasse. Sentaram no sofá e logo ela lhe serviu um chá, um que nunca tinha tomado antes, mas tinha um gosto bom, tomou.
- Então, pode começar a me contar, o que aconteceu e como eu posso lhe ajudar?
- Ah, sim... Pode parecer estranho, mas tudo começou ontem a noite, quando tive um sonho bem estranho...

Segunda feira, 27 de fevereiro, 22h50min

Depois de praticamente uma hora abraçados sobre aquela cama, Angeline tinha praticamente esquecido o que tinha acontecido o que importava era apenas os braços de seu amor lhe envolvendo, o peito quente que lhe acalmava com o som mais maravilhoso que tinha ouvido, o som de vida, os batimentos do coração de Marco, os batimentos que lhe permitiam tê-lo ali perto de si. Olhou para ele de um modo como não havia olhado antes, não que nunca tivesse sentido excitação por ele, era apenas a intensidade que era diferente, parte de sua pele nua tocava o corpo seminu dele, quando notou o calor e o encaixe dos relevos de seus corpos, se arrepiou.
- O que foi meu amor?
- Nada. – Olhou para seus lábios e sem pensar mais, beijou-o como se nunca tivesse beijado antes e estivesse com sede de seu amor. Os braços dele foram carinhosos e acompanharam os seus movimentos abraçando-a. Montou nele e depois disso tudo o que pode perceber é que sexo e amor eram as coisas mais deliciosas que já tinha experimentado. Seu homem lhe tratou com respeito mas a fez mulher de uma maneira que o sexo permite, o desejo era o que predominava, mas o amor embutido em cada movimento e gesto tornava-o mais potente.
Não foi fácil como nas novelas e filmes, mas valeu a pena. Sua alma, corpo e coração eram dele, o seu verdadeiro amor. E depois abraçados em sua posição inicial, Marco e Angeline respiraram fundo, pensavam em como se amavam, ela a ele e ele a ela, e tinham um sorriso amarelo e apatetado no rosto, era um sorriso satisfeito.
Ela era dele e ele era dela, e naquele momento nada mais importava.

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