Olha só quem está de volta!! Sim, eu mesma. Minha versão escritora.
Essa minha versão, apesar de ser uma das mais desejadas e queridas por mim, nunca foi uma das mais bem sucedidas da minha vida. Nunca achei que realmente escrevia bem, mas escrever é uma necessidade do meu ser que fica muito mais enclausurado do que exposto e isso me faz mal, só pode fazer.
Estou tentando voltar a escrever. Preciso escrever melhor já que sou graduando em Letras. E por enquanto escrevo, tão, mas, tão mal que... Coitados dos meus futuros alunos...
Mas, estou agora lendo um livro do Stephen King, "Sobre a Escrita", em que ele conta como foram os passos para ele se tornar tudo o que ele se tornou como escritor, e os processos criativos que ele usa para a escrever seus livros. É muito fascinante.
Vendo o que ele recomenda como coisas obrigatórias para qualquer um que pretenda escrever alguma coisa na vida, fui identificando que várias delas eu já tenho. Um conhecimento da língua a qual irei escrever, a composição de frases que viram parágrafos e parágrafos que compõem o texto, a leitura incessante (fiquei impressionada ao saber que tenho o mesmo número de leituras anuais que ele, quem diria?), mas algo ainda faltava para eu fazer... Escrever de fato.
A escrita incessante é um exercício que qualquer escritor tem que ter como prática principal, segundo Stephen King, além de te manter afiado e melhorar com a prática, melhora a escrita e a autoanálise. Mas, essa é a parte fácil, a parte que dá pra começar a fazer a qualquer momento, como agora, esse texto nada mais é do que um exercício.
Ele também recomenda, seis horas entre escrita e leitura por dia, algo que será um pouco difícil, mas nada impossível.
Porém, de todos os conselhos e todas as coisas que ele indica como práticas de um futuro escritor, me faltam duas que, na minha opinião são cruciais: criatividade e coragem.
Criatividade, sendo óbvia demais, é algo mais que necessário, já tentei escrever de tudo: contos, crônicas, ficção, posts em blogs, reflexões no facebook, enfim... mil e uma coisinhas que nunca foram boas o suficiente.
E ainda me falta coragem, para começar a escrever, para me dedicar a isso de maneira mais profunda, algo que talvez esteja muito mais no meu futuro do que dar aula, coragem para contar ao mundo: "Opa, eu escrevi uns negocinhos que apareceram na minha cabeça, quer ler?".
O medo de ser julgada de maneira negativa ainda é algo que me impede. Ainda não tenho a capacidade de tornar as críticas alimento para a minha composição. Sou aquela criança que sendo mimada não quer ser contrariada, quando adolescente não quer ser criticada e quando jovem adulta não sabe lidar com a rejeição.
Talvez escrever sobre mim seja mais fácil do que compor isso de maneira ficcional, mas ao mesmo tempo penso (somando isso a falta de coragem): "Quem estaria interessado em ler o que eu tenho para escrever?
Nem eu mesma acho bom tudo aquilo que escrevo."
Ao escrever um parágrafo, deixo ele guardado no meu pendrive, e de tempos em tempos resgato uma coisa ou outra e sempre se repete: escrevo, paro, releio, reescrevo, esqueço, re-releio, re-reescrevo, acho um lixo e jogo fora. Não deveria ser assim, né?
Enfim, o que eu escrevo acho que serve muito mais como forma de desabafo de algo que, para dizer a verdade, nem eu sei o que é, ás vezes sai bastante fácil, como esse texto aqui. Porém, outros dias fica tão difici , tão difícil que é mais fácil desistir.
Sou mestre em desistir de qualquer coisa, mas esse papo fica pra outro texto.
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